32ª Califórnia da Canção Nativa do RS – Uruguaiana – RS – 2003.
DE CANTO E TROPA
Letra: José Carlos Batista de Deus
Música: João Bosco Rodrigues
Recitado: Xirú Antunes
Intérprete: Robledo Martins
“Será que ainda existem tropas
Nos sem fim dos corredores?
É o mundo novo indagando
Nossos antigos valores
Ponteiro, fiador, culatra
Campeiro empurrando boi
Há vestígios e lembranças
Mas a tropa pra onde foi?
Respondo ao bancar na rédea
Meu coração que galopa
Ao ver meu pago cantando
Me volta a imagem da tropa”
Com a cavalhada por diante
Vem na ponta um missioneiro
Trazendo a alma na goela
E algum recuerdo posteiro
Parece chamando a tropa
Um general de sombreiro
Piás taludos e outros mouros
Rondam chuva e polvadeira
Fazendo encordoar a tropa
Nas gargantas cantadeiras
Sempre acoando no costado
Um canhoto de madeira
Mistura canto e encanto
Quem reponta seus anseios
E continua torena
Cruzando pagos alheios
Embalando a própria vida
Com melodias de arreios
Pra quem herdou esse dom
De cuidar coisas do campo
Mais vale a brasa de um fogo
Do que o clarão dum relampo
Pois alumbra seu caminho
Na luz que brota do canto
O canto é a tropa mensagem
Pedindo pouso e aguada
Tem notas feitio de casco
Riscando vaus e picadas
Quem canta, planta sementes
Pra germinar pela estrada.