25ª Sapecada da Canção Nativa – Lages – SC – 2017.
ENFRENADA
Letra: Mateus Neves da Fontoura
Melodia: Ricardo Martins
Intérprete: Ricardo Martins
Trago de tiro esta milonga, meu patrício,
Só pelo vício de topar outra parada.
Vem no cabresto da bordona, em trote arisco,
Erguendo cisco quando se assombra da estrada.
Redomoniada, guarda o capucho da crina
Na velha sina de mostrar que é boca atada
Pra um, de cruzada, não pensar que monta em mansa
E errando a dança me extraviar a patacoada.
Sem demora nos meus bastos, milonguita,
Te acomodo bem do jeito que me agrada
Despachada e entre as rédeas recolhida
Dando vida pra esses versos, enfrenada.
Só mais um pouco e saco as garras da azulega,
Aperto as xergas no teu lombo embodocado,
De mano a mano vamos ver quem é mais quebra,
Depois que a pedra te judiar mais um bocado.
De queixo atado, largo de cabeça solta
Na estampa potra de espantar bagual ligeiro
Por guitarreiro tenho a confiança nas cordas
E sei que sobra enforquilhado um milongueiro.