16ª Sapecada da Canção Nativa – Lages – SC – 2008.
O GOSTO
Letra: José Carlos Batista de Deus e Eduardo Muñoz
Música: João Bosco Ayala
Intérprete: Robledo Martins
O gosto é a voz interior,
Aquilo que nos faz bem,
Talvez a única coisa
Que é nossa e de mais ninguém.
É muito mais que vontade,
Mais que aplauso ou abraço,
É o arrepio que tranforma
A geografia do braço.
O gosto se manifesta
Num riso lacrimejado,
Numa saudade que abraça,
Rememorando o passado.
Tem coisas que a gente preza,
Sem nem saber o motivo,
É o gosto nos revelando
Seu lado mais instintivo.
A alma faz julgamentos
Para expressar o seu gosto
E a gente mostra a sentença
Nalgum detalhe do rosto.
Até os cambichos da infância
Se quedam no esquecimento
E os olhos são testemunhas
Que o gosto muda no tempo.
Parece que se renova
Em vez de ficar maduro,
É o jeito que a vida tem
De acompanhar o futuro.
O gosto pode ser norte,
Quando define a partida,
E, às vezes, serve de alento
Numa parada perdida.
É, na verdade, uma escolha
Pra retratar o momento,
Juntando os olhos da alma
Com a boca do pensamento.