17ª Sapecada da Canção Nativa – Lages – SC – 2007.
BEM A CAVALO
Letra: Angelo Franco
Música: Angelo Franco
Intérpretes: Juliano Moreno e Angelo Franco
Era de pêlo rosilho,
Beirava um metro e setenta…
Tinha força de tormenta,
Ternura de brisa mansa.
Tanto ensinava criança,
Quanto testava um campeiro.
Dependendo do parceiro,
Era o embalo da dança.
Segundo me disse um velho
Da legendária São Borja…
Tinha sangue de cambota,
– Pingaço flor de ligeiro –
Por isso, se no entreveiro,
Um boi refugasse porta,
Voltava a bico de bota,
Como se fosse um terneiro.
Bem a cavalo
Se fez a história,
Essa rosilha que eu falo,
Me vale o dom da memória.
Parece até pataquada
– Que rosilha de coragem –
Não refugava varagem,
Nem que o arroio bufasse.
Se a tropa se alvorotasse
Quando tivesse varando,
Nós já saía ponteando,
Pra que nenhum se extraviasse.
São causos de um outro tempo,
Já não ando enforquilhado…
Talvez pagando os pecados,
Hoje não vivo no campo.
“Às Vez” me pego sonhando
Que sou um herói farroupilha,
Montado nessa rosilha
Que eu me criei encilhando.