16ª Reculuta da Canção Crioula – Guaíba – RS – 2001.*
CANÇÃO DE EMALAR ARREIOS
Letra: Marcio Nunes Corrêa
Música: Fabiano Bacchieri
Intérpretes: Marcio Nunes Corrêa e Fabiano Bacchieri
Acomodando a carona no travessão estirado
silêncios de quem se vai na volta do desabado,
e um manancial pelos olhos do peão desajustado.
Pelo xergão, vai o sal dos mansos da rica estância.
No mango, baldas de xucros cismadores de distâncias.
Nos espinhos das rosetas a alma bolqueando ânsias!
Quando um taura deixa o campo ganhando o corredor
Ficam baguais entonados cosquentos de maneador.
– ausências de bufo e coice nas franjas do tirador.
É uma canção de partida pra quem emala os arreios
– a la usa da cuscada, relinchos do piqueteiro,
a meia rédea de um canto de um galito no terreiro.
E ao varar na coxilha ficará pelo galpão,
a sombra de um cavalete emoldurando no chão
um fio de prata e de sangue da baba de um redomão.
Por isso leva a saudade das orações campesinas
rogadas junto das cruzes de um tostado, pêlo e crina.
E segue a campear no tempo, outra estância, a mesma sina…