9ª Califórnia da Canção Nativa do RS – Uruguaiana – RS – 1979.
BARRANCA E FRONTEIRA
Letra: Antonio Augusto Fagundes
Música: Luiz Telles
Intérprete: Antonio Augusto Graeff
Quando chega o domingo
eu encilho o meu pingo
que troteando, sai…
Rumo às velhas barrancas
de histórias tantas
do rio Uruguai.
Eu sou fronteiriço,
de rédea e caniço
e o perigo me atrai.
Sou de Uruguaiana,
de mãe castelhana,
igual a meu pai.
Se a terra não é minha,
se a vida é mesquinha,
o que se há de fazer?
Mais um sonho nasceu
e o rio se fez meu,
nele vou descer…
Pra encontrar quem me espera,
morena e sincera
que é o meu bem querer…
Meu momento é aí
no chão onde nasci
e onde vou morrer!
Tem o verde do campo nos seus olhos
E um feitiço maleva que é puro veneno no caminhar!
Uma noite serena adormece, morena, em seus cabelos…
E seu corpo bronzeado é um laço atirado a me pealar.
Tristeza e alegria
são meu dia-a-dia,
já me acostumei.
Sou de campo e de rio,
tenha sol, faça frio,
lá, domingo estarei!
Barranca e fronteira,
canha brasileira
– assim me criei.
Com carinho nos braços,
galopo aos meus passos
e me torno um rei!
Agora, o meu dia-a-dia
só tem alegria,
tristeza deixei…
Encontrei, na verdade,
a outra metade
que tanto busquei.
Barranca e fronteira,
canha brasileira…
Feliz estarei!
Com carinho nos braços,
da prenda os abraços
e me sinto um rei!