1º Flete da Canção Gaúcha – Santa Margarida do Sul – RS – 2007.
DAS ESTÂNCIAS
Letra: Rodrigo Bauer
Música: Juliano Moreno
Intérpretes: Juliano Moreno e Raineri Spohr
Quando falo das estâncias…
Volto longe pelo campo
Reacendendo os pirilampos
Nas antigas nostalgias.
Quando a pampa era bravia,
Boleando gados alçados,
Pra povoar os descampados
Da querência que surgia.
Cardo um pala de saudade
Com mãos de garra nos velos…
Volto às tosas a martelo,
Pois no trigo vejo o pão.
O futuro deste chão
Vem no boi marcado a ferro
Que deu o primeiro berro
Na primeira marcação.
O galpão então surgiu…
Modificando a paisagem,
Retratando em sua imagem
As lides do dia-a-dia.
Ensaiando confrarias,
Sem nunca baixar a crista,
Foi um marco de conquista
Da estância que aparecia!
Enquanto a casa se erguia
– Entonada e altaneira,
Entre o galpão e a mangueira
Formava uma triologia.
E a primitiva hierarquia
Do patrão e do campeiro
Mostrava o Rio Grande inteiro
Que à sociedade surgia.
Aparto os anos a fios,
Quando falo das estâncias,
E sinto um cheiro de infância,
Pairando leve no ar.
Há muito o que recordar
Do tempo xucro e ligeiro
Que repontou meus janeiros
Pra nunca mais retornar!