32º Ponche Verde da Canção Gaúcha – Dom Pedrito – RS – 2017.
MANGUEIRA
Letra: Marcio Nunes Corrêa
Melodia: Marcio Nunes Corrêa e Anibal Torres
Intérprete: Fabiano Bacchieri
– MANGUEIRA
Encerra grande de xucros
Onde tantos sonhos novos
Se bolearam chão adentro
Pelo cismar de corcovos.
E quanta quebra de queixo
Juntou terra no bocal…
Pra depois firmar galope
Claudicando um ideal!
– MANGUEIRA
Onde a moça pelas tábuas
Corria o olho ligeiro,
pra o ginete vindo mal
Nas baldas de um caborteiro.
E aromava de ganas
Aquele momento santo,
Quando pedia porteira
Soltando o maula pro campo.
– MANGUEIRA
Redonda que se endireita
Quando um flete esbarra,
por bem conhecer comando
E mal saber de amarras
Onde o terneito tourito
Sua memória apaga,
Depois que o futuro aponta
O fio gelado da adaga.
– MANGUEIRA
Do aparte da vacada
Antes do boiadeiro,
Quando o patrão sustenta
Tempo e vida do campeiro.
Nos teus buçais, eu também
Tantos iguais a mim,
Começaram sua sina
Sem bem saber do seu fim.
– MANGUEIRA
Das ovelhas, jeito manso
De ser nuvem, céu de lã…
E se as “bichada” ruminam
Conhecem mais de manhã.
Apartes pelo vistaço
Vão definindo jornada,
Seja enlotadas com touro
Ou na calma da inseminada.
– MANGUEIRA
Do leite das vacas mansas
Onde o mamão pelas noites,
Dormia seu sono calmo
Tendo o rigor por açoite.
Daqueles pealos lindaços
Pelo horizonte do ombro,
Que de cucharra ou paleta
Viravam mundo no lombo.
– MANGUEIRA
Dos domadores por farra
Que escramuçavam os buenos,
Só pra saber sua doma
Dos remédios e venenos
Se TUA sina é prisão
Sabemos bem que não é,
Que existem sonhos libertos
Pelas porteiras da fé.