6º Ronco do Bugio – São Francisco de Paula – RS – 1991
VESROS DE TAITA
Letra: Xirú Pereira
Música: Manoel Cassiano
Intérpretes: Xirú Pereira e Grupo Parceria
Abre a gaita, seu gaiteiro!
Nesse inverno muito frio!…
Vamos ver como é o compasso
Dessa dança que é o bugio!
Tem muita gente que fala
Que esse bicho, aqui, existiu
E o povo não se dá conta
Que o bichinho assustado sumiu!
Mas deixou no seu pulo arteiro
Um estilo pra um verso de taita,
Onde o qüera – altivo e faceiro –
Repontou para o fóle da gaita!
É pra um lado, é pra outro, parceiro!
Gire a prenda e se bamo, de novo!
Essa dança, de fato, é serrana,
É o compasso no passo do povo!
Esse bicho fugiu, foi de medo,
Pois sentiu algo à sua extinção!
Se embretou no que resta de mata,
Escapando da tal poluição!
Tá na hora do homem do pampa
Replantar o que já destruiu!…
Pra que volte o cheiro do pago
E nos traga, de volta, o bugio!
Me baseei no tal bicho bugio
Pra cantar essa dança baguala…
De-lhe gaita, gaiteiro faceiro!
Que no fóle é o compasso da sala!
Vamo à sala o peão e a prenda,
Dançar de ficar meio torto!
E amanhã vamos plantar o pinho
– Que sem mato o Rio Grande está morto!