8ª Reculuta da Canção Crioula – Guaíba – RS – 1991.
VERSO XUCRO
Letra: Eron Vaz Mattos
Música: Zulmar Benitez
Intérprete: Flávio Hanssen
Um verso xucro bagual
Me pateou no tirador,
Mas eu como domador
Lhe tirei o corpo fora.
Quase me enredo na espora,
Mas de novo me aprumei,
Cortei ‘os casco’ e tosei
Pra soltar garganta afora.
Na canhada dos acordes
Os meus versos são tropilhas,
Grameando trevo e flexilhas,
Molhados de serenal.
Que saem do pajonal
– Mosqueando sonhos e ânsias –
Pra retoçar nas distâncias,
Pisoteando o macegal.
O rebanho que encordoa,
Saindo do parador,
Com o sol no partidor
Mostrando o toso pra o dia.
E a primeira melodia
Do canto de uma cigarra…
Que tem alma de guitarra,
Som de grota e poesia.
Beber rumos e horizontes
É o destino dos sensíveis,
Galopear sonhos incríveis,
Tropear a própria emoção,
Recorrer a imensidão,
Bolear sonhos desgarrados
Que nunca foram potreados
No chircal do coração.