16ª Reculuta da Canção Crioula – Guaíba – RS – 2001.
UM GAÚCHO PEGA A ESTRADA
Letra: Gujo Teixeira
Música: Mauro Moraes
Intérprete: Marco Aurélio Vasconcellos
O patrão, ontem, vendeu a velha estância
E os sonhos que eram meus, foram também.
Léguas e léguas de silêncios e de campo
Que eu, há tempos, conhecia muito bem…
Cavalos mansos, gado bueno e as ovelhas,
Campo e mio-mio, várzea e açude, tudo enfim…
E tudo aquilo que era a vida que eu não tive,
Mas era parte essencial por ser de mim!
Um arreio já surrado, a velha gaita,
Poncho nos ombros e um chapéu…
Um jeito de quem tá indo, sem ter data pra voltar,
Sem saber que pra sonhar não adianta olhar pro céu!
Vai uma saudade e mais nada,
Uma esperança emalada,
Quando um gaúcho pega a estrada!
Os apartes de mangueira e minhas tropeadas,
E os setembros que floriram as maçanilhas;
O galpão das desencilhas e dos meus mates,
E a tapera que era parte da coxilha…
O patrão vendeu a estância como era…
Com um cadeado na porteira da entrada;
E os meus sonhos pelo meio e dor pra sempre
Que largou, junto, de tiro pela estrada!
Uma mala de garupa, ‘uns pila’ curto,
Uma baia e um gateado no buçal;
Um jeito de quem tá indo sem saber pra onde ir,
Sem entender que partir também faz parte da vida.
História em versos,triste realidade.
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