9º Canto Farroupilha – Alegrete – RS – 2017.
Prêmio de Melhor Instrumentista para Quinto Oliveira (guitarrón) e Juliano Gomes (baixo).
IVO CENTENA
Letra: Evair Gomez
Melodia: Juliano Gomes
Intérprete: Adriano Gomes
Descansa a pata, mosqueia
Bichueco, meio sião…
Na sua volta imensidão
De grota, campo e banhado
E num rincão, oitavado,
O negro Ivo Centena
Freguês cativo da venda
Deixa um traguito pealado.
Serviçal e pataquero,
Peonazo flor de especial
Acomodava um bagual,
Dormia baixo e luzeiro
um galo no rinhadeiro –
Pra não mostrar a amargura
Esconde-se atrás da pura,
Bebendo, sempre bebendo…
Mas quando sona a guitarra
Parece que ele acredita…
Nem que seja de visita
Golpeia a porta o passado
Não beija a boca do trago
Se perde por entre as “prima”
Recordando algum querer,
Mas volta de novo a crer
Que foi pouco pra essa china!
E a vida apeia de novo
Naquele balcão de venda…
O trago é uma oferenda
Pra alguma doce ilusão
Sem plata nem patacão
A canha fecha a ferida,
Pra todos males da vida
Encontra uma solução.
Ali tá o Ivo Centena
Bebendo outra “copita”…
Seu gateado nem relincha,
Passou encilhado a viver
Dizem que foi por mulher
Que se atirou de bebida
Jurou odiar essa china
E foi pra pior, esquecer…